Choro patrimônio cultural imaterial do Brasil

Importante passo para o desenvolvimento de políticas públicas que protejam e difundam ainda mais o Choro.

Um dos tesouros da cultura brasileira, agora, reconhecido pelo Iphan

Numa decisão sem precedentes, o Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, concedeu um notável título à música brasileira: o Choro foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil.

Surgido no fim do século XIX e enraizado como um dos mais emblemáticos gêneros musicais do país, este reconhecimento celebra a diversidade da cultura brasileira.

Joaquim Calado (1848-1880), considerado um dos criadores desse gênero musical brasileiro: o Choro.

A deliberação, ocorrida durante a 103ª reunião ordinária do Iphan, assinala um momento histórico para o Choro. Agora, esse estilo musical passa a integrar oficialmente o Livro das Formas de Expressão, recebendo o devido reconhecimento de sua relevância para a história e a identidade do Brasil.

O presidente do Iphan, Leandro Grass, expressou seu compromisso em ampliar ainda mais a disseminação do Choro, visando utilizá-lo como ferramenta de Educação Patrimonial.

Francisca Gonzaga (1847-1935), conhecida como Chiquinha Gonzaga, foi outra figura central no desenvolvimento desse gênero.

Um Esforço Coletivo: O Reconhecimento do Choro

O reconhecimento do Choro como Patrimônio Cultural do Brasil é fruto de uma colaboração conjunta entre diversas entidades e indivíduos entusiastas da música. O pedido de registro foi apresentado pelo Clube do Choro de Brasília, pelo Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro e pelo Clube do Choro de Santos, evidenciando a união e o esforço coletivo em prol da preservação e valorização deste patrimônio nacional. Conforme salientou Henrique Lima, cofundador do Clube do Choro de Brasília, o Choro representa a essência da identidade brasileira, amalgamando influências europeias e africanas em um ritmo singular e diversificado.

Pixinguinha (1897-1973), Pixinguinha é o aclamado responsável por grande parte do desenvolvimento do Choro na primeira metade do século XX.

Raízes e Significado do Choro

O Choro, interpretado por conjuntos compostos por diversos instrumentos, é uma manifestação cultural presente em todas as regiões do Brasil. Sua origem remonta ao Rio de Janeiro de 1870, mas sua influência se estende por todo o território nacional. O termo “choro” deriva da emotiva e expressiva maneira com que as músicas eram tocadas, tocando profundamente o público e sendo apelidadas de “música de fazer chorar”.

Complexidade e Diversidade: O Choro em Foco

Um parecer técnico que analisou o pedido de registro como Patrimônio Cultural destacou a complexidade e a diversidade do Choro, presente em todas as regiões do Brasil e até mesmo em outros países. Surgido como resultado das transformações das classes populares urbanas no final do século XIX, o Choro incorporou instrumentos como o cavaquinho e o violão, criando um estilo único que amalgama influências europeias e africanas.

Ernesto Nazareth (1863-1934) forma juntamente com os três compositores acima o quarteto fantástico do Choro.

Preservando e Valorizando o Choro: Compromisso Futuro

Com o reconhecimento oficial do Choro como Patrimônio Cultural do Brasil, inicia-se um novo capítulo na história deste gênero musical. O corpo técnico do Iphan, em parceria com os detentores do bem cultural, irá desenvolver políticas públicas para a sua salvaguarda, promovendo programas educacionais, cursos e incentivando a prática do Choro em espaços públicos. Este compromisso visa preservar e valorizar esta expressão cultural tão crucial para a identidade brasileira.

Hércules Gomes, atualmente um dos grandes músicos brasileiros que se dedica às compisições de Francisca Gonzaga e Amélia Brandão Nery

Um passo importante, para que a difusão desse gênero tão genuínamente brasileiro não somento no aspecto musical, possa ganhar fôlego e disseminar ainda mais o jeito jrasileiro de fazer e compartilhar música.

Viva o Choro!

Priscilla Barbosa

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