Na semana que passou, tive o prazer de assistir, aqui em Barcelona,
uma Jam Sessions liderada por músicos brasileiros em diáspora, no Instituto Guimarães Rosa.
A Brasil Opus Música, quarteto de cordas, liderado pelo maestro Eduardo Martinelli Danzi (violão), Brenner Rozales (violino), Gleison Ferreira (viola) e
Marcelo Geronimo Silva (violoncelo). Além dos componentes do quarteto, alguns convidados como: o Club del Choro de Barcelona, Vinicius Muniz e Luiz Fiaminghi.
Todos juntos, numa Jam que foi um encontro entre diásporas. De que diásporas falo? No plural?
Sim, no plural. Muitas são as diásporas que circulam e se encontram, produzindo conjuntamente, uma nova forma de traduzir tradições…formas próprias de se relacionar com a linguagem musical.
Por um lado, a diáspora representada pelos músicos que vivem fora do Brasil e seguem, em conexão ancestromusical, mantendo viva uma produção musical que é cultivada e mantida nas carreiras e projetos que essas mulheres e homens levam pelo mundo, nos diferentes países em que estão vivendo.
http://Jam Session no IGR Barcelona
Por outro, os músicos brasileiros que vivem no Brasil e fazem turnês, pesquisas, colaborações com os músicos de diferentes países, caso do Brasil Opus Música, que veio à Espanha para gravar um disco com o professor e pesquisador Antoni Rossell e ainda se apresentou em algumas ocasiões, como essa, no IGR Barcelona.
Conexão Ancestromusical: uma forma de exprimir esse fazer musical de músicos que mesmo em outros territórios, seguem fazendo música brasileira.
Priscilla Barbosa
A Brasil Opus Música, faz um trabalho divulgando a música brasileira, seus ritmos e tradições, que a convite de Antoni Rossell veio à Barcelona, na Catalunha, para gravar com ele, músicas da tradição popular brasileira e músicas da Idade Média recolgidas aqui na Espanha, podr diferentes regiões.
Sim! Uma mistura de escolas musicais, que se encontram nas profundas raízes que nos conectam e aproximam.
Desde o primeiro momento, que soube desse trabalho, da vinda desses músicos, dessa união, me reconectei com memórias pessosis que dizem muito de minha forma de ver e expressar-me na música. Um jeito muito urbana, de fazer música, da cidade onde nasci.
Urbana e clássica. Uma tradição que me formou e que me fez conhecer de perto essa produção musical do período medieval e renascentista da Península Ibérica e outras partes da Europa, além do repertório de música contemporânea que era composta por vários compositores de Santos e de outras cidades do Brasil, que faziam essa música específicamente. Falo da Sociedade Ars Viva e do Madrigal que leva o mesmo nome.
As muitas camadas de memórias, histórias e música que me habitam e se encontram com essas tantas memórias e histórias que aportam em Barcelona, que desde a Antiguidade é um porto de passagem importante no Meditrrrâneo.
As muitas pessoas que circulam, por aqui, ali, acolá, num vai e vem de conhecimentos, modus vivendis, experiências e jeitos de fazer música.
Os muitos caminhos das diásporas musicais brasileira.
Um abraço,
Priscilla Barbosa